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Desvendando o papel dos neutrófilos na progressão tumoral

Atualizado: 19 de jun. de 2022

Pacientes com câncer apresentam grande tendência à formação de trombos (isto é, coágulos dentro dos vasos sanguíneos). Manifestações trombóticas são a segunda maior causa de mortes nestes pacientes. A primeira é a metástase. Os neutrófilos são células do sistema imune inato presentes em diversos fenômenos pró-tumorais. O aumento no número de neutrófilos no sangue é um conhecido marcador de tendência à trombose. Embora a ocorrência de trombose em portadores de câncer seja conhecida há muitas décadas, ainda não existe uma explicação científica que justifique totalmente este fenômeno.


Para tentar desvendar o papel dos neutrófilos na progressão tumoral, o Prof. Robson de Queiroz Monteiro desenvolve pesquisas no Laboratório de Trombose e Câncer (IBqM |UFRJ), buscando investigar a causa da ativação sistêmica da coagulação sanguínea em pacientes com câncer.



Esta temática inaugurou, no dia 14 de junho de 2022, o Ciclo de Seminários Presenciais do Programa de Oncobiologia em parceria com os Seminários Antônio Luiz Vianna (ALV). Os Seminários ALV integram a grade do Programa de Pós-Graduação em Química Biológica do IBqM/UFRJ e são realizados a cada terça-feira, ao meio-dia, no auditório Leopoldo de Meis, no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ.



Marcando o retorno gradual às atividades presenciais, com auditório lotado, o Prof. Robson Monteiro fez uma breve retrospectiva dos 20 anos do Programa de Oncobiologia - rede de pesquisa da qual é coordenador - e prosseguiu se debruçando sobre os neutrófilos.




O professor e sua equipe pesquisam a participação de uma estrutura chamada NETs – rede extracelular de neutrófilos - que seria capaz de deflagrar a coagulação e participar da trombose, em diferentes tipos de tumores, inclusive nos de mama.


A formação de armadilhas extracelulares dos neutrófilos (NETs do inglês neutrophil extracellular traps) é um mecanismo da imunidade inata em que o neutrófilo emite uma rede extracelular com a finalidade de conter e eliminar patógenos. Como consequência da formação das redes, o neutrófilo passa por um processo de morte celular. Apesar dessa estratégia ser importante para uma resposta imunológica adequada, estudos a associam a algumas patologias. Além do câncer, as NETs também podem estar presentes em doenças autoimunes, doenças inflamatórias crônicas, entre outras.


Como as NETs podem atuar no tumor primário? Como as NETs podem modificar as células tumorais e favorecer a metástase? Em sua apresentação, o coordenador do Programa de Oncobiologia mostrou estudos recentes, desenvolvidos por seus alunos de pós-graduação com teses em andamento, que buscam desvendar como as NETs modulam as células tumorais em diversos tipos de câncer, especialmente nos tumores de mama.


"Acreditamos que nossa linha de pesquisa poderá resultar em informações relevantes para o estudo da biologia tumoral com potencial aplicação clínica" - observou o professor Robson Monteiro.


Por Lúcia Beatriz Torres, jornalista de Ciência, responsável pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia.

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