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Nova tecnologia testa eficácia da imunoterapia no combate ao câncer

Atualizado: 6 de dez. de 2022

A imunoterapia está em alta no combate ao câncer, porém, muitos dos agentes imunoterapêuticos disponíveis têm mostrado eficácia, apenas em um grupo seleto de pacientes, acometidos por grupo igualmente seleto de tipos de câncer. Identificar biomarcadores, em particular proteínas, com o potencial de selecionar os pacientes que realmente irão se beneficiar do tratamento imunoterapêutico é um processo longo e árduo. É nesse desafio que o pesquisador André Luiz Lourenço, doutor em Patologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), debruça seus estudos na Universidade da Califórnia, em São Francisco/ EUA. Em visita rápida à sua terra natal, André Luiz compartilhou o conhecimento de ponta que desenvolve no exterior, durante a palestra que ministrou no Seminário de novembro, do Programa de Oncobiologia.


Muito famosa nos EUA, a imunoterapia é um tratamento revolucionário do câncer que ganhou muita visibilidade com os laureados do Nobel de Medicina e Fisiologia de 2018. É um tratamento que permite, através do uso de anticorpos monoclonais, a potencialização do sistema imunológico do paciente para que ele mesmo possa combater o seu próprio câncer. “Apesar dos resultados serem muito animadores, há um preço a se pagar por ter um sistema imunológico potencializado”- observou o pesquisador.


Segundo ele, o uso de anticorpos monoclonais retira os “freios” do sistema imunológico, freios estes que são consistentemente explorados por células do câncer para evitar sua própria destruição pelo sistema imune. Em contrapartida deste tratamento, tecidos saudáveis do paciente também podem sofrer ataque das células de defesa. “Hoje, só se sabe se uma terapia está funcionando, se ocorrer redução do tumor. Mas essa redução do tumor é acompanhada, muitas vezes, pelos efeitos adversos da terapia, como a hepatite (inflamação do fígado) e a colite (inflamação do intestino)” – explicou André Luiz, alertando que há o risco da terapia “errar o alvo” e acarretar uma série de efeitos colaterais, que pode inclusive levar o paciente à óbito.


Em sua palestra, o pesquisador apresentou a tecnologia que está desenvolvendo, na Universidade da Califórnia, com o apoio financeiro do National Intitutes of Health (NIH), para identificar onde as células de defesa do organismo do paciente estão atuando, após a administração de imunoterápicos : “A nossa tecnologia, denominada “Peptídeos de Interação Restrita”, possibilita avaliar se na região do tumor existe uma resposta positiva do sistema imune. Ao mesmo tempo, permite verificar ainda, se o sistema imunológico está agindo em regiões onde ele não deveria atuar (órgãos saudáveis)”.


Hoje, nos EUA, observa-se um boom na indústria farmacêutica em busca de novos anticorpos monoclonais para ampliar a gama de oferta das imunoterapias - que por ser uma terapia nova e eficaz, é muito cara. Espera-se, que a partir dos estudos desenvolvidos por André Luiz Lourenço e pesquisadores associados, seja possível desenvolver ferramentas capazes de avaliar a resposta de pacientes com câncer à imunoterapia, além de prover uma forma de se estabelecer um ranking dos diferentes agentes imunoterapêuticos capazes de gerar uma resposta positiva ao paciente.

Para aprofundar!


Confira os artigos científicos selecionados pelo pesquisador André Luiz Lourenço para você saber mais tema:


Para simplificar!


Confira abaixo um vídeo do pesquisador André Luiz Lourenço falando sobre a imunoterapia no combate ao câncer.



Por Lúcia Beatriz Torres, jornalista de Ciência, responsável pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia.

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