

RENATO SAMPAIO CARVALHO
E-mail: renato.carvalho@icb.ufrj.br
Instituto de Ciências Biomédicas - UFRJ
Projeto
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE GALECTINA-3 NA RESPOSTA DE LINHAGENS CELULARES DE LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA AO TRATAMENTO COM AGENTES QUIMIOTERÁPICOS
Resumo de divulgação científica
A Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) é a neoplasia hematológica mais frequente na infância, representando cerca de um terço dos casos de câncer pediátrico. Embora os protocolos terapêuticos atuais, baseados em quimioterapia intensiva e imunoterapia, tenham melhorado significativamente as taxas de sobrevida, cerca de 20 a 30% dos pacientes desenvolvem resistência aos fármacos ou sofrem recaídas. Um dos grandes desafios no manejo da LLA é compreender os mecanismos moleculares associados à quimiorresistência. Neste contexto, evidências apontam que a galectina-3 (GAL3) interfere na eficácia de quimioterápicos atualmente utilizados no tratamento de LLA. A GAL3 é uma lectina que desempenha funções críticas na adesão celular, proliferação e sobrevivência de células tumorais. Em leucemias, sua superexpressão tem sido associada à evasão imunológica e à interação das células malignas com o microambiente medular, criando um nicho protetor que favorece a progressão da doença.
Adicionalmente, nosso grupo demonstrou que a ausência de GAL3 afeta processos celulares essenciais, como o reparo de danos ao DNA e a regulação do ciclo celular, tornando as células mais sensíveis à radiação e agentes quimioterápicos. Em modelos experimentais in vivo, a inibição de GAL3 resultou na redução de fatores pró-tumorais, como VEGF e COX-2, sugerindo um papel relevante na modulação do microambiente tumoral. Diante desses achados, investigar o envolvimento da GAL3 na resistência aos fármacos utilizados no tratamento da LLA pode abrir novas perspectivas terapêuticas. Inibidores específicos dessa proteína já estão em desenvolvimento e apresentam potencial para aumentar a eficácia dos esquemas terapêuticos convencionais. Este projeto tem como objetivo não apenas avançar no entendimento da biologia molecular da LLA, mas também contribuir para estratégias mais eficazes no combate à resistência ao tratamento, melhorando o prognóstico de pacientes acometidos pela LLA.
Equipe
Pós-Doutoranda
Mariana Teixeira Santos Figueiredo Salgado (IBQM/UFRJ)
Pós-graduação
Luiz Leonardo de Freitas Austin Haus
Graduação