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Obesidade aumenta risco de câncer de mama

Atualizado: 30 de mai. de 2022


A obesidade aumenta a liberação de moléculas promotoras de tumor pelo tecido adiposo e está associada a um risco aumentado de câncer de mama, foi o que constatou um estudo recente* publicado na revista “Endocrine-Related Cancer”, pelo grupo da Profa. Christina Barja Fidalgo da UERJ, pesquisadora

associada ao Programa de

Oncobiologia.


O estudo revelou que o tecido adiposo de pessoas com obesidade libera quantidades aumentadas de vesículas extracelulares (EVs) enriquecidas em moléculas com características pró- inflamatórias e pró-tumorais na corrente sanguínea, que podem alterar o comportamento de células do câncer de mama, que se tornam mais agressivas e invasivas.


A obesidade é um problema global de saúde pública, sendo considerada uma pandemia, em taxas crescentes de expansão. O câncer de mama é o câncer mais comum entre as mulheres e, embora haja uma conhecida associação entre a obesidade e aumento do risco de câncer de mama, poucos estudos já avaliaram o papel do tecido adiposo na progressão do tumor.

Vesículas extracelulares foram o alvo da pesquisa


Sabe-se que o tecido adiposo de indivíduos com obesidade produz rmoléculas inflamatórias que podem aumentar o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. Este tecido também produz e libera vesículas extracelulares (EVs) que carregam esses mediadores inflamatórios e outras substâncias, incluindo enzimas e moléculas que estão envolvidas na comunicação celular. O grupo da UERJ demonstrou que o tecido adiposo de pessoas com obesidade libera um maior número dessas vesículas do que o tecido adiposo de indíviduos magros, que tanto alcançam órgãos adjacentes, como também podem chegam à circulação sanguínea e podem atingir tecidos mais distantes.


A professora Christina Barja-Fidalgo e seu grupo da UERJ, em associação com a professora Mariana Renovato-Martins da UFF, analisaram os efeitos dos EVs secretadas pelo tecido adiposo de individuos magros e obesos sobre células de tumor de mama, objetivando melhor esclarecer a estreita associação entre a obesidade e um mau prognóstico no câncer.

Metodologia do estudo


O tecido adiposo foi obtido de pacientes obesos submetidos à cirurgia para perda de peso e de pessoas magras submetidas à cirurgia plástica. Esses tecidos eram incubados em cultura por 24 horas e os conteúdos secretados pelos dois tipos de tecidos durante este tempo foram analisados, qualitativamente e quantitativamente, quanto aos tipos de moléculas e das Evs liberadas.

Resultado


A análise mostrou que o tecido adiposo de pacientes obesos secretava maior quantidade de moléculas inflamatórias e também produzia um maior número de EVs do que o tecido dos indivíduos magros.


“Quando as vesículas extracelulares que carregam moléculas inflamatórias e pró-tumorais interagem com as células de câncer de mama, estas respondem, modificando seu comportamento, tornando-se mais agressivas, com maior capacidade de invadir outros tecidos” - explica a professora Barja-Fidalgo.


Esses achados demonstram que a obesidade, ao modificar as propriedades do tecido adiposo, irá contribuir para a progressão do câncer de mama, aumentando o risco e piorando o prognóstico. Os dados obtidos auxiliam ainda a esclarecer por que mulheres com obesidade apresentam um pior prognóstico da doença.

Desdobramentos da pesquisa


As pesquisadoras que conduziram os estudos - que fez parte do mestrado de Isadora Andrade (UERJ) - esclarecem sobre a necessidade de melhor caracterizar a secreção proveniente do tecido adiposo e acrescentam: “ A identificação dos componentes das moléculas liberadas pelo tecido adiposo no sangue de pacientes obesos pode vir a ser um novo parâmetro a ser monitorado como um indicador do progresso do câncer. Além disso, caracterizar o conteúdo das vesículas liberadas pelo tecido adiposo durante a obesidade pode fornecer novos alvos terapêuticos para melhorar o tratamento do câncer”.


O grupo das professoras Barja-Fidalgo e Renovato-Martins planeja agora investigar as características e conteúdos específicos das vesículas extracelulares liberadas pelo tecido adiposo, para identificar as principais moléculas que estariam associadas às alterações induzidas pela obesidade sobre as células tumorais e determinar seus modos de ação.


* Referência do estudo:


> doi. Isadora Ramos Andrade, João Moraes, Renata Machado Brandão-Costa, Simone Vargas da Silva, Antônio de Souza, César da Silva, Mariana Renovato-Martins, and Christina Barja-Fidalgo. Obese adipose tissue extracellular vesicles raise breast cancer cell malignancy. Endocrine-Related Cancer. Vol. 27: Issue 10. 571-582. Online Oct 2020.



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