O seminário do programa de oncobiologia do mês de abril contou com as apresentações da professora Lucia Previato, chefe do Laboratório de Glicobiologia do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, e Eduardo Salustiano, doutor e pesquisador do mesmo laboratório. Os pesquisadores apresentaram as linhas de trabalho do laboratório, e falaram sobre a contribuição da glicobiologia para o estudo do câncer.
Em sua apresentação, a professora Lucia resgatou um pouco da história da pesquisa em glicobiologia - uma área da ciência que estuda a estrutura dos carboidratos (também chamados de açúcares ou glicídios) e seus papéis biológicos. No estudo do câncer, por exemplo, sabe-se que as células cancerígenas podem produzir carboidratos que não seriam produzidos por células normais. Um exemplo de aplicação da glicobiologia no cotidiano médico é que glicoproteínas encontradas no sangue ou tecido humano já são utilizadas como biomarcadores, ajudando no diagnóstico precoce e no monitoramento do estágio de cânceres como fígado, ovário e mama.
Eduardo Salustiano, pesquisador de pós-doutorado no laboratório, apresentou sua pesquisa sobre o papel de glicoesfingolipídios - um tipo de açúcar - em um fenômeno denominado resistência a múltiplas drogas (multiresistência). Seu trabalho é focado em leucemias mielóides crônicas, utilizando linhagens celulares. O objetivo da pesquisa é compreender como os glicoesfingolipídios participam da multiresistência, possibilitando, a longo prazo, o desenvolvimento de novos fármacos mais eficazes contra as células cancerígenas.
No vídeo abaixo, Lucia Mendonça Previato fala sobre a contribuição da glicobiologia na busca pela cura do câncer.
Por Rosa Maria Mattos, jornalista de Ciência, responsável pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia.
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