Integrantes da coordenação do Programa de Oncobiologia receberam a visita da representante dos Emirados Unidos no Brasil, Raquel Moss, que veio ao Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro celebrar a doação de uma leitora de microplaca para o Programa. O encontro aconteceu na quarta-feira, dia 17 de abril, e contou com a participação da Fundação do Câncer, que intermediou a doação e é financiadora do Programa de Oncobiologia da UFRJ.
Na visita, Robson Monteiro, pesquisador e professor do Instituto de Bioquímica Médica e coordenador do Programa de Oncobiologia, apresentou a estrutura do Programa e suas principais ações - entre elas a pesquisa, o ensino e a divulgação científica. E levou a comitiva de participantes para conhecer o local exato onde o equipamento ficará instalado - no Laboratório de Trombose e Câncer do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ.
"Recursos como esse são muito importantes, principalmente em um contexto de cortes nos investimentos para pesquisas", afirmou Robson. "E não é simples obter financiamentos para comprar equipamentos como esse, já que os recursos que possuímos também são empenhados na compra de reagentes e outros materiais utilizados nos ensaios e pesquisas", disse Robson, que salientou que o equipamento estará disponível para todos os interessados do Programa de Oncobiologia, do Instituto de Bioquímica Médica e outras instituições.
Alfredo Scaff, médico epidemiologista da Fundação do Câncer, reforçou a análise. "O governo federal anunciou um contingenciamento de 40% dos recursos para pesquisas, mas as áreas que esse corte irá afetar ainda não foram esclarecidas. Doações como essa apoiam os pesquisadores das universidades, que matam um leão por dia para manter os laboratórios funcionando", afirmou Scaff.
Reinhard Braun, da Fundação do Câncer, agradeceu a doação e chamou a atenção para a importância do trabalho das universidades. "A cura do câncer passa necessariamente por programas de pesquisa como esse, que reúnem cientistas que trabalham nas bancadas", afirmou Braun.
Vivian Rumjanek, coordenadora de ensino do Programa de Oncobiologia, lembrou a importância das parcerias estabelecidas entre os grupos. "Muitos dos grupos de pesquisa integrantes do Programa têm algum tipo de parceria com pesquisadores clínicos, que estão no dia-a-dia com pacientes. É uma parceria importante e que tem o potencial de acelerar a aplicação das pesquisas básicas no cotidiano dos médicos e pacientes", disse Vivian.
Raquel Moss, do consulado dos Emirados Árabes Unidos, mostrou-se surpresa ao verificar a condição das instalações da Universidade. "Entendo que essa doação dos Emirados Árabes tem muito a somar, e que é o começo, já que o país tem uma tradição muito grande em ajuda humanitária, principalmente para países em desenvolvimento e na saúde pública", disse Raquel. "Sabemos que os equipamentos precisam de manutenção, e vamos continuar o contato, queremos ajudar a Fundação do Câncer em outros momentos também, seja com o financiamento dos simpósios, com a compra de outros equipamentos ou com a revitalização das alas. O importante é que com nossa ajuda vocês consigam prosperar e que continuem ajudando a população na busca pela cura do câncer."
Por Rosa Maria Mattos, jornalista de Ciência, responsável pelo Núcleo de Divulgação do Programa de Oncobiologia.
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