Neste dia 19 de setembro, celebramos os 34 anos da promulgação da Lei nº 8.080 de 1990, que regulamentou o SUS, assegurando o acesso gratuito à saúde para todos os cidadãos, sem discriminação. Essa lei definiu os princípios de universalidade, integralidade e equidade, pilares que continuam a nortear o Sistema Único de Saúde até hoje.
Desafios vão desde a inovação até o tratamento
Renata Oliveira Maciel dos Santos, Chefe da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede no Instituto Nacional de Câncer (INCA), considera que celebrar a data de hoje signifique persistir na luta pela expansão dos direitos. “É importante viver essa luta para que o que já alcançamos até aqui siga se ampliando na forma de mais conquistas”.A data de 19 de setembro também marca o papel do INCA nas políticas de saúde nacionais. Desde a Lei nº 8.080 a instituição tem contribuído ativamente para as políticas de prevenção e controle do câncer no Brasil.
Mas quando a prevenção não é mais uma opção, hoje qualquer pessoa pode recorrer às 317 unidades de assistência habilitadas no tratamento do câncer pelo SUS, que podem ser localizadas por região e estado aqui. “Todos os estados brasileiros têm pelo menos um hospital habilitado em oncologia, onde os pacientes recebem atendimento integral, incluindo diagnóstico, cirurgias e tratamentos clínicos”, informa a página oficial do INCA.
No entanto, em regiões vulnerabilizadas, como favelas e áreas periféricas, moradores percebem dificuldade de acesso à saúde. Pesquisa do Oncoguia identificou que até 70% desses moradores relatam dificuldades de acesso a diagnóstico e tratamento oncológico, enquanto 25% citam a desinformação como principal obstáculo. Diagnósticos tardios levam a tratamentos mais agressivos e onerosos, impactando diretamente o sistema de saúde.
Nesse contexto, a comunicação é uma poderosa ferramenta. "A população brasileira é uma das mais engajadas em ocupar novos espaços de comunicação, cobrando e monitorando melhorias. Temos muito potencial para expandir essa vigilância popular na saúde em aliança com a comunicação científica, por cuidados mais justos e contra a desinformação", afirma Felipe Siston, coordenador de Divulgação Científica do Programa de Oncobiologia.
O Programa de Oncobiologia, além de apoiar pesquisas que objetivam a melhoria do SUS, investigando soluções adaptadas à realidade brasileira e sua população, também incentiva, desde o seu surgimento, o envolvimento ativo da sociedade para fortalecer o sistema de saúde, promovendo um controle do câncer mais justo e acessível para todos.
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